Espécie do Cerrado
O pequi (nome científico: Caryocar brasiliense) é um fruto típico do Cerrado, cuja nomenclatura vem do Tupi e significa “pele espinhenta”.
O pequizeiro é uma árvore de copa frondosa que pode chegar a 12 metros de altura. Suas folhas são grandes, cada uma composta por três grandes folíolos, cobertos por uma penugem e com as pontas entrecortadas.
Já seu fruto possui o tamanho aproximado de uma maçã e uma casca verde. No seu interior, existe um caroço revestido por uma polpa comestível macia e amarela. Embaixo da polpa há uma camada de espinhos muito finos, por isso ao roer o pequi cozido, é preciso ter cuidado. Por baixo dos espinhos há uma amêndoa macia e muito saborosa. A época de produção dos frutos é de novembro a janeiro. A germinação do pequi pode demorar até um ano, mas menos da metade dos caroços germinam.
De todos os frutos nativos do Cerrado, o pequi é o mais consumido e comercializado, e também o melhor estudado nos aspectos nutricional, ecológico e econômico. Principalmente em Goiás e no Norte de Minas, mas também em outras regiões do Cerrado, o pequi é de grande importância para as populações agroextrativistas e para as economias locais. Alguns “catadores” e comerciantes de pequi chegam a obter até 80% de sua renda anual na cadeia produtiva do fruto.
De acordo com o manual Boas práticas de manejo para o extrativismo sustentável do pequi, editado pelo Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN) e Embrapa, um quilo de pequi tem aproximadamente 13 caroços que rendem 140 gramas de polpa e 18 gramas de amêndoas.
Muito utilizado na culinária regional em deliciosos pratos como o arroz com pequi, ou ainda como tempero, em conserva e como matéria-prima para a produção de licores, sorvetes e ração para animais, o pequi é um fruto muito versátil. Sua polpa tem o dobro de vitamina C de uma laranja e é rico também em vitaminas A, E e carotenóides. Tais fatores tornam o fruto um aliado no combate ao envelhecimento e na prevenção às doenças associadas à visão. Mas os benefícios vão além: sua amêndoa é utilizada na fabricação de um rico óleo que possui ação anti-inflamatória, cicatrizante e gastroprotetora.
De uso bem menos difundido que a polpa, a castanha do pequi apresenta também grande potencial em diferentes usos. Pode ser apreciada in natura, torrada, com sal ou caramelizada. Seu óleo é aromático e pode ser utilizado para produção de cosméticos. Da castanha também se fabrica licor, bem mais claro que o da polpa.
Outras partes do pequizeiro, no entanto, também são úteis, como por exemplo: a madeira é de boa durabilidade, sendo utilizada na construção de casas e cercas; as flores servem de alimento para os animais; a casca produz corante de ótima qualidade; as folhas e o óleo da polpa têm diversos usos medicinais; a árvore, frondosa e de grande beleza, é ornamental.
Tabela nutricional
Composição nutricional de 100g de polpa de pequi (FONTE: Almeida et al.,1998; Cooperjap)
Componente |
Qtd./100g
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VD
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Valor calórico
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203 Kcal = 838 kj
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2.000 kcal = 8.400 Kj
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Carboidratos |
4,6g
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230g
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Proteínas
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1,2g
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60g
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Gorduras totais
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20g
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55g
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Gorduras saturadas
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9,8g
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21,7g
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Fibra alimentar
|
14g
|
25g
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Vitamina A (retinol)
|
20 mg
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4,5 mg a 6,0 mg |
Vitamina B1 (tiamina)
|
0,03 mg
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1,1 a 1,6 mg
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Vitamina B2 (riboflavina)
|
0,463 mg
|
1,3 a 1,8 mg
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Vitamina B3 (niacina)
|
0,387 mg
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15 a 20 mg
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Vitamina C
|
12 mg
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40 a 100 mg
|
Cobre
|
0,4 mg
|
1 a 2 mg
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Ferro |
1,557 mg
|
10 a 18 mg
|
Fósforo
|
0,006 mg
|
1.400 a 1.800 mg
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Magnésio
|
0,005 mg
|
300 a 400 mg
|
Potássio
|
0,018 mg
|
2.000 a 2.500 mg
|
Sódio
|
2,09 mg
|
500 a 1.000 mg
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VD=Valor diário de referência para uma pessoa adulta em condições normais.
Composição nutricional de 100g de castanha de pequi (FONTE: Almeida et al.,1998)
Elemento |
mg/100g
|
VD
|
Sódio
|
0,296
|
500 a 1.000 mg
|
Ferro
|
2,682
|
10 a 18mg
|
Manganês
|
1,437
|
260 mg
|
Zinco
|
5,363
|
7mg
|
Cobre
|
1,593
|
1 a 2mg
|